Meu corpo não é meu corpo,
A ilusão do outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
E é de tal modo sagaz
Que a mim de mim ele oculta?
Mau corpo, não meu agente,
Meu envelope selado
Meu revolver de assustar,
Tornou-se meu carcereiro;
Me sabe mais que me sei
Meu corpo apega a lembrança
Que eu tinha de minha mente
Inocula-me seu patos,
Me ataca, fere e condena
Por crimes não cometidos
Meu corpo inventou a dor
A fim de torná-la interna,
Integrante do meu ID
Ofuscadora da luz;
Que ai tentava espalhar-se.
Quero romper com meu corpo;
Quero enfrentá-lo, acusá-lo;
Por abolir minha essência,
Mas ele sequer me escuta
E vai pelo rumo oposto
Já premido por seu pulso
De inquebrantável rigor;
Não sou mais quem dantes era:
Com voluta dirigida,
Saio a bailar com meu corpo
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